Pois ele [o Senhor] conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.

Salmo 103:14

A COMPAIXÃO DO SENHOR

No meio deste Salmo, cujo tema é o louvor a Deus, aparece a constatação desoladora de que “somos pó”. Ninguém gosta de pensar nisso. Na verdade, preferimos esquecer que nossos “dias são como a erva”, que nós mesmos somos “como a flor do campo” (v. 15). Mesmo assim, essa é uma palavra realmente consoladora, pois antes disso o texto diz: “Ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó”. Nunca estamos realmente sozinhos: Deus não nos abandona em nossos medos, nem mesmo quando não podemos compartilhá-los com ninguém; ou em nosso desânimo diante de tanta fraqueza; ou em nossa resignação, quando sentimos a transitoriedade de forma profunda; Ele não nos deixa sós com nossas preocupações e dificuldades, quaisquer que sejam suas causas! O fato de Deus nos conhecer não significa que Ele apenas toma conhecimento de nós e de nossa situação, mas Se mantém distante; em vez disso, Ele se importa conosco. E desse importar nasce Sua misericórdia — como a compaixão de um pai por seus filhos (v. 13).

Mas para nós hoje há um consolo ainda maior, pois nosso Senhor Jesus Cristo não conhece apenas a nossa “estrutura”, mas Se compadece de forma inigualável “das nossas fraquezas”, pois, “como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”. Não precisamos esconder nossa impotência e nosso medo dEle. Em vez disso, podemos nos aproximar “com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hebreus 4:15-16). Quem “teme” a Deus, isto é, quem dá toda glória a Ele, pode fazer coro com o salmista: “Todavia estou de contínuo contigo; tu me sustentaste pela minha mão direita” (Salmos 103:13; 73:23).