Levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada... como o jardim do Senhor, como a terra do Egito.

Gênesis 13:10

SOMOS COMO ABRAÃO OU COMO LÓ?

Crentes são “participantes da vocação celestial”. O chamado e a vida de Abraão servem de modelo para isso (Hebreus 3:1; 11:8‑11). No entanto, hoje muitos cristãos se assemelham mais a Ló, o sobrinho de Abraão. Ele também era “justo”, mas o seu estilo de vida não era marcado por uma fé exercida na prática. Por isso, a sua história é muito atual. Ló acompanhou Abrão. Abrão andou com Deus, mas Ló só andou com Abrão. Sua ligação com o tio era muito mais exterior do que interior. Da mesma forma, nós também podemos acompanhar alguém em sua caminhada de fé sem de fato viver isso de coração. Mais tarde, Ló até se associou com os homens de Sodoma – ainda que por dentro afligisse “todos os dias a sua alma justa” (2 Pedro 2:8). Quando esteve com Abrão no Egito, Ló pôde ter uma boa visão daquele rico país junto ao Nilo. Por isso, a planície fértil do Jordão mais tarde lembrou-lhe “a terra do Egito”. Ló recebeu a oportunidade de escolher, e decidiu-se por essa região. Sua escolha até teve uma aparência de piedade: afinal, a terra também se parecia com “o jardim do Senhor”. Por que não desfrutar das boas dádivas de Deus em um lugar tão paradisíaco? Mas ele esqueceu que Deus tinha fechado o acesso ao Paraíso depois que o ser humano caiu em pecado. Ló soube descrever sua escolha com palavras piedosas – mas a verdadeira razão é que era “como a terra do Egito”. Depois de Ló se separar de Abrão, Deus ordenou a este que percorresse toda a terra: “Abrão mudou as suas tendas…e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom” (v. 18). Manre significa gordura, vigor; Hebrom “comunhão”. Ali, Abraão experimentou comunhão com Deus e foi ricamente abençoado.