A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.

2 Coríntios 12:9

FORÇAS DA FRAQUEZA

Phillipp Friedrich Hiller (1699‑1769) teve uma vida difícil. Aos dois anos de idade, perdeu o pai; mais tarde, quando já era pregador, ele e sua numerosa família tiveram de fugir três vezes de soldados que queriam matá-los. Aos 52 anos, ficou tão rouco que a partir de então só conseguia se comunicar com dificuldade em grupos muito reduzidos. Ele escreveu o seguinte a um de seus amigos: “Derramo meu coração, e na oração encontro calma. Mas o temor volta sem tardar, e as ondas voltam a quebrar sobre mim; fico suspenso entre medo e esperança. Apoio-me na palavra: Tudo o que pedires em oração, crendo, o recebereis. – Mas, ah, quantas objeções levantam-se contra isso: pedes por coisas terrenas e não pela vontade de Deus; o que pedes é grande demais! Mas o que pode ser grande demais para o Onipotente? Se Ele mesmo não tivesse dito isso, eu não ousaria pedir assim. Depois da bonança vem nova tempestade: pare de pedir! Se Deus quisesse ouvir, a doença já teria cedido há tempo! Mas Ele mesmo nos chama a orar todo o tempo e não desanimar. Portanto, continuo a orar, com confiança”. Nesse tempo, compôs muitos hinos de louvor e gratidão. Mas também confessou: “Senhor, tu conheces as minhas fraquezas, espero somente em Ti. O consolo vem não do que eu prometo, mas do que Tu falas”. “Que eu sou fraco Ele sabe; que Ele é forte também sei”. Ao mesmo tempo, ele também tinha essa convicção: “Podemos confiar na graça, sem qualquer arrependimento; se alguém quiser nos assustar, a verdade permanece: o Senhor é fiel!”. Ele tirou forças “da fraqueza” e, mesmo quase não conseguindo falar mais, sua “língua [era] a pena de um destro escritor” (Hebreus 11:34; Salmo 45:1).