E ninguém seja fornicador, ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou.
Hebreus 12:16-17
ARREPENDIMENTO
O conceito humano de arrependimento se refere ao remorso, ao mal-estar decorrente de uma má ação. Esse conceito é encontrado apenas ocasionalmente na Bíblia. A tristeza pelas más ações indica uma consciência do mal feito a Deus ou ao homem. Um exemplo desse arrependimento vemos em Mateus 27:3, onde o remorso levou Judas Iscariotes ao desespero depois de ter traído o Senhor Jesus. A Palavra de Deus dá ênfase especial ao conceito arrependimento. Isso não significa penitências ou flagelações autoimpostas para que outros vejam e aliviem a consciência de qualquer delito. Quem se arrepende, no sentido bíblico, vê o pecado do ponto de vista de Deus e o condena. O arrependimento vai ainda mais longe: abrange o reconhecimento e o julgamento da origem da ação pecaminosa, a raiz no próprio coração. O verdadeiro arrependimento nunca pode chegar tarde: o pecador se entristece com a afronta a Deus em toda a Sua santidade. O arrependimento pode até nos entristecer, atormentar, mas nos levará a uma franca confissão de culpa, ao perdão e à alegria da salvação (cf. Salmo 51). Esaú chorou lágrimas amargas, porque perdeu a bênção, mas “não achou lugar de arrependimento”. Ele permaneceu uma pessoa “profana” e ímpia. Seu irmão, Jacó, o patriarca do povo de Israel, viu-se sob outra luz e, por fim, apesar de seu passado inglório, tornou-se alguém a quem Deus poderia se revelar. Quem se arrepende sinceramente dos seus pecados, julgando a raiz do problema no seu coração e muda radicalmente sua maneira pensar, alcançará o perdão de Deus. O mero constrangimento ou remorso de nada servirá.