E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

Atos 2:42

PERSEVERANÇA NA DOUTRINA

Essa perseverança que caracterizava os primeiros cristãos não era paralisia nem apatia. Pelo contrário, era a expressão da florescente vida espiritual da jovem Igreja. Os apóstolos transbordavam do que tinham vivido com o Senhor Jesus. O Espírito Santo foi derramado sobre eles e agora os iluminava quanto à forma certa de interpretar suas experiências — inclusive no contexto das profecias do Antigo Testamento — para a recém-iniciada era da Igreja. Essa era a doutrina dos apóstolos naquela época. Quando lemos o discurso de Pedro na primeira parte deste capítulo, ficamos espantados com a sua ousadia ao aplicar declarações do Antigo Testamento à morte e ressurreição do Senhor. O Espírito Santo deu-lhe esta compreensão. E quando os primeiros cristãos “partiam o pão”, eles o faziam da forma como o Senhor lhes ensinara. Ainda não havia os quatro evangelhos nem a primeira carta aos coríntios para instruí-los a esse respeito. Mas não há dúvida de que o faziam com força e vigor, de forma a agradar ao Senhor. Mais tarde, o Senhor concedeu mais luz sobre o assunto aos apóstolos e aos profetas neotestamentários. O apóstolo Paulo, em especial, recebeu por “revelação” (Efésios 3:3) a verdade a respeito da posição celestial da Igreja e da sua representação aqui na terra. Surgiram assim os escritos do Novo Testamento. Mas eles continuavam sendo a “doutrina dos apóstolos”. Atualmente, é mais necessário do que nunca enfatizar essa “perseverança” na “doutrina dos apóstolos”. Embora as condições de vida hoje sejam muito diferentes, nossa vida prática e diária continua precisando da fundamentação nas antigas diretrizes estabelecidas por Deus — que não podem ser reinterpretadas e adaptadas ao sabor do momento.