Então respondeu Jó…: ... com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos.

Jó 42:1,5

O SILÊNCIO DE DEUS

No livro de Jó encontramos a história de um homem provado por meio do silêncio de Deus. Pego de surpresa pela morte de seus filhos e por uma doença terrível, no primeiro momento ele aceitou esse sofrimento das mãos de Deus; até conseguiu louvar o nome do Senhor (cp. 1:21; 2:10). Quando seus amigos foram visitá-lo, passaram uma semana sentados ao lado dele em silêncio. Então Jó desabafou toda a sua dor — e viu-se confrontado com as palavras condenadoras de seus amigos, que o acusavam de pecados ocultos. Não conseguiam encontrar outra explicação para o seu destino. Quantas palavras desnecessárias e erradas dizemos muitas vezes, e como falhamos em compreender os angustiados! Deus silencia a respeito dos problemas de Jó — Jó não conseguiu ficar calado, tão atribulado estava o seu coração. Ele toma a palavra e despeja sua dor, incompreensão e miséria. Defendendo-se de todas as falsas acusações, insistia em sua justiça. Mas nessa autodefesa acabou incorrendo no erro de insinuar que Deus fosse injusto (cp. 32:2; 35:2; 40:8). Mais tarde, se calou; nesse momento, Deus falou com ele. Então Jó entendeu: Deus é muito maior do que o conceito que eu tinha dEle até então: “relatei o que não entendia… mas agora te veem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42:3,5-6). Quando Deus fica calado, não significa que Ele esteja ausente, mesmo que não sintamos Sua presença. Foi isso o que Jó também aprendeu. Quando estamos em dificuldades e Deus silencia durante algum tempo, é preciso lembrar da cruz. Ali, nosso Senhor foi desamparado por Deus no pior do Seu sofrimento — estava completamente só! Mas porque Ele tomou esse fardo sobre Si, nós nunca mais precisamos ficar sozinhos!