1 Coríntios 11:17-34
Havia divisões entre os irmãos em Corinto, e isso se refletia nas reuniões. Os ricos deixavam os pobres envergonhados e provocavam sua inveja. E mais sério ainda: a ceia estava sendo confundida com o ágape (uma ceia de confraternização feita em conjunto na Igreja) e tomada indignamente por muitos. O apóstolo vale-se desta situação para recordar-lhes uma verdade que o Senhor lhe tinha revelado especialmente. A ceia do Senhor é uma santa recordação de Cristo, que se entregou por nós. É uma ceia memorial, que certamente fala ao coração de cada participante, mas também proclama a todos no mundo um fato de essencial importância: Aquele que é Senhor teve de morrer. E nós somos conclamados a anunciar esta morte do Senhor até o Seu retorno. Devemos fazê-lo tal como fomos instruídos, mediante essa linguagem tão nobre e ao mesmo tempo tão simples.
Por fim, esse memorial também fala à consciência do crente, pois a morte de Cristo significa a condenação do pecado. Tomar a ceia sem antes julgar a nós mesmos nos expõe aos efeitos dessa condenação (ainda que somente durante nossa vida neste mundo). Isso explicava a fraqueza de muitas pessoas em Corinto (e talvez entre nós), as doenças e a morte que alcançaram alguns (v. 30). Mas o temor não deve manter-nos afastados da ceia (v. 28). Antes, esse temor deve e pode associar-se a um ardente amor para com Aquele que disse: “Fazei isto em memória de mim” (vv. 24-25).