Romanos 3:1-18
Quem está certo? Deus, que condena — ou o acusado, que se defende? “Seja Deus verdadeiro, e mentiroso todo homem”, diz o apóstolo (v. 4). A Palavra de Deus não é ineficaz só porque os judeus, seus depositários (v. 3; Hebreus 4:2), não creram nela. Inconseqüentemente, eles se vangloriavam de possuir a lei (cap. 2:17), sendo que a mesma lei testemunhava contra eles. É como um criminoso, gritando ser inocente, entregar à polícia a prova de seu crime, estabelecendo assim sua culpa. Por isso o Espírito de Deus, como promotor de um tribunal, faz ler diante do acusado judeu uma série de versículos irrefutáveis tirados de suas próprias Escrituras (vv. 10-18).
Mas outro argumento poderia sustentar o acusado: “Eu não nego minha injustiça, mas ela é útil, pois serve para enfatizar a justiça de Deus”. Que atitude horrível! Se fosse assim, Deus teria de desistir de julgar o mundo (v. 6) e agradecer-lhe porque sua maldade ressalta a própria santidade divina. No entanto, Ele deixaria de ser justo e se negaria a Si mesmo (2 Timóteo 2:13). Diante do veredicto final, Deus acaba com os últimos argumentos, por trás dos quais Sua criatura sempre procura esconder-se.