Lucas 23:13-32

Mais embaraçado do que nunca, Pilatos reúne os principais sacerdotes, as autoridades e o povo e afirma-lhes três vezes que nada verificou contra Ele para que seja digno de morte. Mas seu desejo de libertá-LO só faz aumentar a insistência do povo para exigir a Sua crucificação. Uma multidão é facilmente induzida a ser covarde e cruel, porque sob a cobertura do anonimato pode dar livre curso aos instintos mais baixos. Neste caso, ela é tanto mais cruel, pois são os seus próprios líderes que a estão instigando. Finalmente os seus gritos prevalecem e, em troca da liberdade do homicida Barrabás, faz com que Jesus seja entregue “à vontade deles” (v. 25). Para Pilatos, homem sem escrúpulos, uma vida humana tem menos valor do que o favor do povo.

Entre os que acompanharam ao inocente que foi condenado, muitos foram acometidos de compaixão e choraram. Mas a emoção não é uma prova da obra de Deus em um coração; pois, do contrário, essas mulheres teriam de chorar sobre si mesmas e sobre a perversa cidade, como fez o Senhor Jesus no capítulo 19, versículo 41. Muitas pessoas são tocadas sentimentalmente pela bondade do Senhor, indignadas pela injustiça da qual Ele foi objeto. Mas elas não consideram que, devido aos seus próprios pecados, carregam também uma responsabilidade pessoal por Sua morte (Isaías 53:6).