Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus... a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem.

Romanos 3:21-22

CÉSAR MALAN, (1787-1864) UM JOVEM PREGADOR MORALISTA (1)

  ‘Quando fui consagrado na igreja de Genebra (Suíça), ignorava totalmente a verdade do evangelho tal como a encontramos em Cristo. Recordo, por exemplo, que uma de minhas pregações terminava assim: Vendo que as virtudes que você vai adquirindo lhe abrem sem dificuldades o caminho para novas virtudes, a percepção de seus progressos encherá seu coração de doce esperança. Desse modo, ao aumentar a cada dia seu precioso tesouro, com o qual compramos a imortalidade, você verá chegar, cheio de uma emoção celestial, a bendita hora em que entregará ao seu Criador sua alma embebida pelas virtudes. 

  Certo dia, fui pregar para o povo do Cantão de Vaud. Ao sair, o ministro da localidade se aproximou de mim com ar triste e severo, e me disse: ‘Senhor, sua pregação não é cristã e espero que o auditório não tenha entendido nada!’. Suas palavras severas, porém úteis, me fizeram refletir sobre o significado de ser cristão. Mas foi apenas dois ou três anos mais tarde que eu comecei a discernir a justificação mediante a fé, sem as obras. Até ali, não tinha sequer uma vaga ideia dessa justiça de Deus que é para todos os homens, mas da qual apenas se beneficiam os que creem. Estava na mais absoluta ignorância. De fato não sentia nem a menor das inquietações. Falava conforme sentia e com todo fervor e a vivacidade da juventude. Falava de um Deus e de um Salvador desconhecido para mim. Pregava apenas a moral e a razão’.

Continua