Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas... e oferece-o ali em holocausto.
Gênesis 22:2
SACRIFÍCIO
Aqui encontramos algo similar ao que aconteceu com Jó e Davi. Eles consentiram com a vontade de Deus, porém sua submissão foi passiva — não lhes foi exigido nenhum ato em particular. Mas em Gênesis 22 não é assim. Abraão não devia apenas aceitar a vontade de Deus, mas também devia atuar contra si mesmo; ele devia, por assim dizer, sacrificar-se a si mesmo, porque o sacrifício de seu filho não era nada menos que isso. “Teu filho”, estas palavras acenderam os mais ternos sentimentos em Abraão; ele tinha que sacrificar aquele filho! Mais ainda; esse nome — Isaque — o fazia lembrar as promessas de Deus, e era nesse filho que elas iam se cumprir, pois Deus lhe havia dito: “em Isaque será chamada a tua descendência” (Gênesis 21:12).
Mas aquele cuja vontade está submetida a Deus, se satisfaz em duas coisas: Deus proverá, e eu estou com Deus. Qualquer olhar para a carne, esperando nela o cumprimento das promessas, deve ser rejeitado e somente Deus deve permanecer como fonte de vida, de bênçãos e promessas; como o Único que nunca esgota Seus recursos. Assim, Deus mostra ao coração que toda a confiança na carne pode ser destruída. Mas, ao mesmo tempo, sabendo que o coração precisa sustentar-se na prova, Ele o faz mediante uma nova revelação, a qual permite triunfar.
Assim, vemos em Hebreus 11:18-19 que, no momento em que foi ordenado a Abraão que realizasse o sacrifício, ele recebeu uma revelação com vistas à ressurreição. Deste modo, Deus, em Sua infinita misericórdia, nos faz ganhar, nEle, o que perdemos na carne. Abraão recebeu esta revelação longe daqueles que o acompanhavam, estando somente com Isaque e com Deus. Assim ele pôde oferecer o carneiro no altar, em lugar de seu filho, segundo o que ele havia dito: “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto” (Gênesis 22:8). É dessa forma que, no secreto da comunhão com Deus, aprendemos muito dEle.