Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?
Romanos 4:2; Tiago 2:21
Aparentes contradições
Os dois versículos acima aparentemente são contraditórios. Mas quando buscamos compreender o contexto da passagem, esses supostos paradoxos se desfazem. Todos os seres humanos são pecadores. Por isso, devido a seus atos pecaminosos, não podem permanecer na presença de Deus. Só podem ser salvos mediante a fé no Senhor Jesus. O patriarca Abraão é um exemplo de tal verdade: a Palavra de Deus diz que “creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça” (Romanos 4:3). Para nós isso corresponde à fé na obra consumada do Senhor Jesus, “O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Romanos 4:25). O apóstolo Paulo, autor da epístola aos Romanos, quando fala a respeito de Abraão, deixa claro que, por melhores que fossem suas obras, ele jamais poderia se orgulhar delas diante de Deus. Mas nessa epístola Paulo está se referindo às obras da lei, ou seja, às obras produzidas pelo esforço humano para tentar conseguir o favor de Deus. Por outro lado, quando Tiago fala das obras, está se referindo às obras que a fé produz, às manifestações visíveis na vida de alguém que creu nas promessas e na Palavra de Deus. Ele afirma que a própria fé sem obras visíveis é “morta”, pois não passa de um conhecimento meramente intelectual. Abraão “foi justificado pelas obras”, porque eram obras que provinham de sua fé em Deus, e não da observância de ritos.