Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.

Salmo 40:8

A Palavra de Deus no coração

Nos primórdios do cristianismo, quando surgiu a controvérsia acerca da questão se os crentes das nações também deveriam ser circuncidados de acordo com a lei judaica, o apóstolo Pedro descreveu a lei como “um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar” (At 15:10). Mesmo para um judeu fiel não era possível guardar a lei do Sinai plenamente por causa de sua pecaminosidade. As exigências incumpridas da lei eram um jugo, que causava opressão e desânimo.

Como era diferente com Cristo! É disso que fala o Salmo profético de hoje, no qual o homem, Jesus Cristo, expressa Sua devoção a Deus. Como homem perfeito e sem pecado, somente Cristo podia cumprir a lei. Contudo, para Ele não era um jugo sobre Sua cerviz, mas o profundo desejo de Seu coração. Constantemente Ele tinha o desejo de fazer aquilo que alegrava ao Seu Deus. Quando este Salmo é citado em Hebreus 10:7, em conexão com a encarnação do Senhor, lemos estas palavras: «Eis aqui venho… para fazer, ó Deus, a tua vontade.» Fazer a vontade de Deus ia muito além de cumprir a lei, e não era um dever necessário para Jesus Cristo, mas Seu deleite: Tinha prazer em fazê-lo e com devoção. Fazer a vontade de Seu Pai era Sua comida (Jo 4:34).

O segredo de Sua conduta agradável era, portanto, a Palavra de Deus, que tinha um lugar permanente no Seu interior. Podemos seguir este exemplo perfeito. Como crentes do tempo da graça, somos libertos do jugo da lei; em vez disso, temos prazer em ter a Palavra de Deus em nossos corações para viver para a alegria de Deus.