Rasgado em duas partes (2)

Enquanto Jacques refletia sobre a última parte da história do filho pródigo, perguntando-se por que ele havia voltado para casa em um estado de espírito tão lamentável, humilhado, sua esposa Jeanne, que achava as tarefas da vida doméstica monótonas, havia ocupado boa parte do seu tempo livre lendo a metade dela do Novo Testamento. Isso terminou, naturalmente, com o início da parábola do filho pródigo, que fornecia as respostas às perguntas não proferidas do seu marido. Quando a história terminou abruptamente, a curiosidade dela também foi aguçada. Aquele filho mais novo, cuja teimosia lhe havia causado miséria, percebeu que precisava mudar sua forma de viver: “Eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai…” O que aconteceu depois disso? O pai o recebeu de volta em casa? A história fez seus olhos marejarem, mas ela não conseguia tomar coragem suficiente para pedir ao marido a metade dele do livro. Certo dia chuvoso, quando Jacques voltou do trabalho particularmente cansado, ele jantou como de costume, então se dirigiu à sua esposa: “Jeanne, você se lembra daquele livro que rasguei na metade. Minha parte começou com uma história maravilhosa, mas era só o final. Preciso saber como ela começou. Traga-me a sua parte.” “Oh, Jacques”, respondeu ela, “essa história tem estado na minha mente. Mas eu não sei o final dela. O pai recebeu o filho de volta?” “Sim, recebeu. Mas o que os levou a se separarem, afinal?” Jeanne pegou a sua metade e se ajoelhou ao lado da cadeira de Jacques. Juntos, eles leram a bela parábola inteira em Lucas 15:11-32.

(Continua)

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