Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

Salmo 23:4

SALMO 23 (6)

Quando se fala em “vale”, pressupõe-se que haja uma área mais alta em torno e algo além dela. Andar pelo vale implica que é possível sair dele. E a menção à “sombra” indica que uma luz de fora lança seus raios para dentro do vale, animando e chamando para olhar para cima e para frente. O “vale da sombra da morte” é este mundo, onde domina a morte. Aparentemente, essa expressão reflete as experiências de Davi ao ser caçado de um lado para outro, exposto a setas mortais. Simbolicamente, este mundo é o túmulo de Jesus e, quanto mais fiéis formos em seguir Suas pegadas, mais esse mundo se torna, para nós, um vale de sombra da morte. As sombras de Sua morte pairam até sobre as paisagens mais bonitas que encontramos aqui. Ao mesmo tempo, o caminho por este vale é a trilha que temos de andar quando a morte física estiver diante de nós — talvez seja o próprio caminho da morte. Sendo assim, as “veredas da justiça” (v. 3) podem nos levar ao vale da sombra da morte. Foi o que aconteceu com os mártires: preferiram suportar a morte que ceder ao pecado. Mas não havia motivo para medo. As veredas de justiça também conduziram Sadraque, Mesaque e Abede-Nego para esse lugar, mas as chamas à sua volta serviram apenas para soltar as amarras que os prendiam, dando-lhes comunhão com o Filho de Deus (Daniel 3:12-25). Assim que menciona o vale da sombra da morte, o salmista muda sua fala. Até aqui, falava do Senhor, mas agora fala diretamente com Ele, mostrando assim até que ponto o Pastor está próximo das ovelhas: “Tu estás comigo”.

(Continua no próximo domingo)